A arte é incrível por nos tocar de diversas formas. A música, a pintura, a dança, enfim, toda arte mexe com a nossa emoção, interfere no nosso estado de espírito, transmite sentimento e nos faz refletir sobre nossa existência. E elas são belas por serem assim: únicas e autorais. O que muita gente não sabe é que publicitário não é artista, no entanto, conheço muitos que acham que são. Tenho um amigo, diretor de arte, que fica enlouquecido quando o cliente pede alterações em sua “arte”. Fica duas horas xingando o cliente, mais duas horas dando chilique mas no fim faz a alteração. Ele acha que seus anúncios são obras de arte que ninguém pode por a mão. Certa vez, trabalhei com um dos publicitários mais renomados do Rio Grande do Sul que, para receber um prêmio, raspou apenas metade de seu bigode. Ele acha que é artista. Por que você acha que publicitário tem a fama de ser aquele cara esquisito, que veste roupas extravagantes, usa gravatas de Mickey Mouse, cabelos desarrumados, não tem horários fixos, etc, etc, etc? Por que ele acha que é artista. Talvez isto também explique porque a maioria dos publicitários também são músicos, pintores ou desenhistas; e eu me incluo nessa. É a síndrome do artista.
Mas onde está a diferença entre a arte e a publicidade? A arte não visa a reprodução, muito menos tem que resolver problemas de comunicação. Ela é a expressão pura de sentimentos, é única e autoral. Já a publicidade visa a reprodução, tem que resolver um problema de comunicação, possui uma função específica e objetivos claros a cumprir como vender, informar, persuadir, entre outros. Na verdade, a publicidade se utiliza da arte para este fim. Talvez seja por isso que ela é incrível por nos tocar de diversas formas.
1 resposta em “Publicitário e a síndrome do artista”
Muito bom este artigo.
Interessante esta associação!!!
Adorei!!